MASP

Tarsila do Amaral

Autorretrato com vestido laranja, 1921

  • Autor:
    Tarsila do Amaral
  • Dados biográficos:
    Capivari, São Paulo, Brasil, 1886-São Paulo, Brasil ,1973
  • Título:
    Autorretrato com vestido laranja
  • Data da obra:
    1921
  • Técnica:
    Óleo sobre tela
  • Dimensões:
    50 x 41 cm
  • Aquisição:
    Comodato MASP Banco Central
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    C.01273
  • Créditos da fotografia:
    MASP

TEXTOS



Autorretrato com vestido laranja é um dos primeiros autorretratos pintados por Tarsila do Amaral, provavelmente feito em Paris. O tratamento formal da tela tem elementos do impressionismo, que influenciou a artista em seus anos iniciais, como vemos na massa de tinta que se sobrepõe em variados tons no fundo da pintura — trabalhado com muitas pinceladas em amarelos, verdes, azuis e ocres. Tarsila combinou as cores de diferentes maneiras, na figura, na vestimenta e no fundo; por isso, os tons parecem se misturar, sendo possível confundir pequenas áreas da figura com cores do fundo e vice-versa. Apesar do título, o vestido apresenta tonalidades que hoje aparecem como rosa, e possui um decote em V com detalhes em azul, verde, laranja e ocre. Ele se assemelha a um robe, um vestuário aristocrático, assim como o penteado de coque alto — semelhante ao exibido pela mãe de Tarsila, em fotos, e por outras mulheres de classe alta da época. Aparece aqui também o batom vermelho típico de seus autorretratos, porém em matizes mais atenuados, e os olhos sombreados. Comparando este autorretrato com aqueles produzidos poucos anos depois, como Autorretrato I e Autorretrato (Manteau rouge), nota-se a mudança na forma como Tarsila se representou. Aqui, o vestido é mais singelo e a posição de lado, mais clássica, o que se contrapõe à figura altiva e de frente de Tarsila com seu manteau rouge. Isso se relaciona às mudanças pelas quais ela passou nesse período: enquanto nos primeiros autorretratos as figuras são mais simples, ligadas ao período de aprendizagem de Tarsila e a sua vida no interior de São Paulo, nos últimos ela se retrata como uma figura cosmopolita, já em um período maduro de sua pintura, marcado por uma linguagem plástica moderna.

— Matheus de Andrade, estagiário de curadoria, MASP, 2019

Fonte: Adriano Pedrosa e Fernando Oliva (org.), Tarsila Popular, São Paulo: MASP, 2019.



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