MASP

Alfredo Volpi

Motivo de casas, 1955

  • Autor:
    Alfredo Volpi
  • Dados biográficos:
    Lucca, Itália, 1896-São Paulo, Brasil ,1988
  • Título:
    Motivo de casas
  • Data da obra:
    1955
  • Técnica:
    Têmpera sobre tela
  • Dimensões:
    73 x 50 cm
  • Aquisição:
    Comodato MASP Banco Central
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    C.01260
  • Créditos da fotografia:
    MASP

TEXTOS



Alfredo Volpi foi um artista autodidata que emigrou da Itália para o Brasil em 1897 e concluiu sua formação operária na Escola Profissional Masculina do Brás, em São Paulo. Foi pintor de paredes e decorador antes de se dedicar à atividade artística. Em 1935, juntou-se ao Grupo Santa Helena, ao lado de Mário Zanini (1907-1971) e Aldo Bonadei (1906-1974), entre outros. Volpi pintou retratos e paisagens até meados da década de 1940, quando adotou o tema da fachada na série de pinturas de Itanhaém, inspirado pela capacidade de síntese que via nos trabalhos do pintor Emygdio de Souza (1868-1949). Em 1950, viajou para a Europa, onde se interessou pelo efeito da têmpera, tinta à base de clara de ovo, nos afrescos de Giotto (circa 1267-1337). A partir de então, começou a pintar com essa técnica e adotou uma linguagem geométrica. Em 1954, pintou as primeiras telas com o tema das bandeirinhas, referência às festas populares que dialoga formalmente com a linguagem abstrata dos artistas concretistas brasileiros do período. Nesta pintura de 1955, vemos um exemplo de como o artista trafega entre a pintura figurativa, com a representação das fachadas, e os elementos geometrizantes, com as linhas verticais e horizontais das portas e janelas e da arquitetura, tudo pintado em preto e branco, conferindo uma qualidade gráfica à composição. Esta tela faz parte de um conjunto de dez obras do artista que pertencem ao Comodato MASP Banco Central, recebidas pelo museu no ano passado, num empréstimo de longa duração da autarquia federal sediada em Brasília.

— Equipe curatorial MASP, 2020




Por Equipe curatorial MASP
A pintura de Volpi (1896-1988) caracteriza-se por um singular repertório de experiências e influências que mescla tradições modernas e populares: o trabalho artesanal, o interesse pelas festas tradicionais brasileiras, os temas religiosos e o casario. Nascido na Itália há exatos 125 anos, o artista de origem trabalhadora migrou com a família para o bairro do Cambuci, em São Paulo. Trabalhou na construção civil, como encanador e marceneiro, e se especializou na pintura decorativa de paredes. Autodidata, começou a pintar em 1911, expondo pela primeira vez em 1925. Sua produção inicial é focada em paisagens urbanas e rurais, distantes do estilo que marcaria sua obra. Na década de 1950, Volpi passou a sintetizar suas composições, geometrizando sua figuração com padrões, formas e temas — como suas famosas bandeirinhas, mastros, faixas, fachadas e ogivas — que ele desenvolveu até o fim de sua carreira. Assim, sua obra ganha as características formais que o tornaram tão conhecido, com sua pintura de espaços planificados, com campos cromáticos bem delimitados, mas com contornos irregulares, marcados pelo uso sutil e sensível da cor, e pela textura da têmpera, técnica que utilizava nas telas. Em 2022, no ciclo dedicado às Histórias brasileiras, o MASP apresentará Volpi popular, a terceira mostra dedicada a artistas modernistas brasileiros que trabalham com referências populares — depois de Portinari popular, em 2016, e Tarsila popular, em 2019.

— Equipe curatorial MASP, 2021

Fonte: Instagram @masp 14.04.2021



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