Aula 1 – 14.10.2020
Isadora Duncan e Jérôme Bel: quais formas modernas sobrevivem?
De 2005 a 2009 o coreógrafo francês Jérôme Bel realizou uma série de coreografias-biografias, entre as quais Isadora Duncan (2019). Nessa aula, a dança moderna e a dança conceitual se aproximam, assim como as “sobrevivências” da dança moderna no trabalho de Bel em The Last Performance (1998). Com o trabalho Name Given by the Author (1994) experimenta-se analisar os objetos e os performers e suas relações com Marcel Duchamp e Roland Barthes.
Aula 2 – 21.10.2020
Oskar Schlemmer e Merce Cunningham: Bauhaus em muitos tempos
Por meio de uma análise comparativa de duas obras coreográficas, Das triadische Ballett (1922), de Oskar Schlemmer, e BIPED (1999), de Merce Cunningham, a aula descreve as abordagens mecânicas por trás dos referidos processos criativos e suas formalizações em partituras e em dança. Ambas as coreografias apresentam elementos estéticos e influências da Bauhaus, nas explorações de variações geométricas em organizar, induzir e formalizar o movimento e o espaço.
Aula 3 – 28.10.2020
Minimalismos: Yvonne Rainer, Simone Forti e Robert Morris / Lucinda Childs e Sol Le Witt
Em 1960, na cidade de Nova York, um grupo de artistas da dança e das artes visuais experimentavam uma série de materiais, o corpo em movimento, e suas relações com o espaço e o tempo. Alunos verão o desenvolvimento do minimalismo na dança e nas artes visuais, da passagem à arte processual, às instalações e as coreografias do grupo da Judson Church. Lucinda Childs e Sol Le Wit representam o campo da serialidade na arte.
Aula 4 – 4.11.2020
Hélio Oiticica e Trisha Brown: as redes, os objetos, o corpo, o movimento
O que significa o corpo estar na horizontal? Essa é uma situação comum presente nos trabalhos Floor of the Forest (1970), Man Walking Down the Side of a Building (1970) e Primary Accumulation (1972), de Trisha Brown, e Bólide Área 1 (1967), Bólide Cama (1968), Ninhos (1969) e Quasi Cinema, Block Experiments em Cosmococa, Hendrix War (1973), de Hélio Oiticica. Com base nessas obras serão abordados os processos com o corpo, o objeto, o movimento e o lugar na arte brasileira e na dança pós-moderna americana a partir de 1960, debatendo sobre suas confluências e diferenças.
Aula 5 – 11.11.2020
Dança no museu: Boris Charmatz, Tino Sehgal, Anne Imhof e Xavier Le Roy
Por que a dança está no museu, hoje? A aula apresentará o movimento estético da dança e da coreografia no museu da última década (2010-2020). Tino Sehgal lida com a coreografia e a dança em instituições das artes visuais, trabalhando com uma situação encenada, cuja visualidade e plasticidade consiste em uma situação performativa; Boris Charmatz criou o Musée de la Danse; Anne Imhof retoma o conceito da “obra de arte total” ou Gesamtkunstwerk e Xavier Le Roy cria com os aparatos do museu e do teatro.
Júlia Abs é coreógrafa, performer, curadora e professora. É mestranda em teoria e crítica de arte pela Universidade de São Paulo (USP), e realiza sua pesquisa sobre as linguagens da dança e da coreografia em museus. Atuou como coreógrafa e performer no grupo de dança Vitrola Quântica entre 2008 e 2013. Abs desenvolve uma metodologia própria no ensino da história da dança e das artes visuais, que envolve a noção de corporificação do conhecimento.