[...] meus olhos me seguiram até mim, me tocaram
como um lugar, uma outra vida, terra. Eles dizem que esse lugar
não existe, então, minha língua é mítica. Eu estava aqui
antes. (dionne brand)
há um giro paradigmático em curso na literatura negra/lgbtqi+, irreversível: de denuncista/reativa a anuncista/criativa, ela tem montado lugares possíveis frente ao impossível colonial, seu silenciamento racista heterocisnormativo, y além. criando diz/topias, supera assunções maniqueístas utópicas/distópicas ao trazer um pedaço de cada pra assentar-chão no dizer, y supera também a colonialidade. se é mesmo que falar materializa, que o não é falado nem existe, então há feitura pelo dito? em busca de impossibilidades rompidas, escape drapetomaníaco dos estereótipos da mirada colonial, re-yinventação de nossas/novas histórias, investigo na poesia de dionne brand, kati souto, nina ferreira, cidinha da silva os territórios que suas palavras fazem existir, por enunciação mítica-concrética, antes y depois daqui.
Inscrições presenciais, com retirada de ingressos duas horas antes da palestra.
[conteúdo publicado sem edição a pedido da palestrante]
tatiana nascimento, palavreira: cantora, compositora, escritora, editora na padê editorial. doutora em estudos da tradução. idealizadora/co-fundadora do slam das minas DF, primeiro slam exclusivo para mulheres/lésbicas no brasil; co-fundadora da palavra preta – mostra nacional de negras autoras; idealizadora da quanta! mostra LBT, do afrokuír – fuzuê preto LGBTQI+, da semilla – feyra de publicadoras. aquariana. livros:
poesia
esboço (2016)
lundu, (2016)
mil994 (2018)
07 notas sobre o apocalipse, ou, poemas para o fim do mundo (2019)
ensaio
cuírlombismo literário: poesia negra LGBTQI superando o paradigma da dor (2019)
um sopro de vida no meio da morte (2019)