Geraldo de Barros trabalhou com diferentes meios como a fotografia, pintura, desenho, design gráfico e industrial. Foi um dos principais representantes da abstração em São Paulo: fundou, junto com artistas como
Waldemar Cordeiro (1925-1973) e Luiz Sacilotto (1924-2003), o Grupo Ruptura, que iniciaria o movimento do concretismo na cidade. Também foi um dos precursores da fotografia experimental no Brasil, atuando, a partir
de 1947, no Foto Cine Clube Bandeirante ao lado de fotógrafos como German Lorca (1922) e Thomas Farkas (1924-2011). Destacou-se por sua série de fotografias abstratas
Fotoformas, na qual fazia intervenções diretamente sobre os negativos. Nessas diferentes linguagens e suportes, Barros utiliza, repete e desconstrói padrões e formas geométricas, se vale de preceitos matemáticos, variações e
permutações de cores, para gerar jogos ópticos, ritmo e profundidade. A partir dos anos 1980, o artista desenvolve uma série de obras em fórmica, plástico laminado, como é o caso do díptico 18,19, com duas peças
compostas dos mesmos elementos geométricos mas cujas cores foram invertidas: um quadrado inserido em cada um dos dois hexágonos de proporções idênticas, dispostos na diagonal, um ao lado do outro. As peças da dupla
funcionam como negativo uma do outra: o quadrado branco é inserido no hexágono preto, e o quadrado preto é inserido no hexágono branco. Apesar da variação parecer mínima, ela modifica a percepção do conjunto, uma vez
que visualizamos as duas cores de maneira distinta.