O MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand desenvolve, desde 2019, o projeto MASP em expansão, que consiste na construção de um novo edifício, nomeado Pietro Maria Bardi. O prédio aumenta os espaços expositivos e de multiuso do museu, com estrutura apropriada para as mostras, os programas educativos e os serviços de restauro de obras, possibilitando ao público maior acesso à cultura.
Trata-se do feito mais significativo na história do museu após a sua transferência da rua 7 de Abril, na sede dos Diários Associados, para a Avenida Paulista, em 1968. Naquela época, a mudança ocorreu para que o museu tivesse uma sede à altura de sua coleção. O prédio projetado por Lina Bo Bardi (1914-1992), arquiteta modernista reconhecida com o Leão de Ouro Especial na Bienal de Veneza de 2021, pelo conjunto de sua obra, transformou-se em cartão-postal da cidade e em símbolo da arquitetura moderna mundial do século 20.
Como forma de preservar e valorizar a história da instituição com o reconhecimento de seus fundadores, o prédio original recebeu o nome de sua arquiteta, Lina Bo Bardi, e o novo edifício carrega o nome do primeiro diretor artístico do museu, Pietro Maria Bardi (1900-1999). Esses nomes, combinados com o da própria instituição, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, nomeado em referência ao seu fundador (1892-1968), completam a homenagem ao trio fundador do MASP.
No dia 26 de novembro de 2024, o MASP anunciou a conclusão das obras do seu segundo edifício - Pietro Maria Bardi - composto por 14 andares e 7.821 m², somado à recente concessão do belvedere conhecido como vão livre, representa um expressivo crescimento da instituição, que dobra a sua área de atuação de 10.485 m² para 21.863 m² a partir de março de 2025. “O MASP cresceu e ficou maior que seu edifício. Alargar as fronteiras era necessário”, afirma Heitor Martins, diretor-presidente, MASP.
Em março de 2025, para celebrar a inauguração das novas galerias do Edifício Pietro, serão apresentadas exposições com recortes do acervo MASP e uma mostra sobre as histórias do museu.
“O MASP passa, assim, pelo maior processo de expansão física da sua história, feito com recursos próprios. Vamos aumentar em 66% a capacidade expositiva do museu, integrando os dois prédios e esse é um investimento muito relevante para a cultura de São Paulo. Acredito que essa expansão irá consolidar o museu e a própria Avenida Paulista como um eixo cultural: quem sabe o mais importante eixo cultural do Brasil, do qual o MASP, sem dúvida, é a âncora”, comenta Alfredo Setubal, presidente do Conselho, MASP.
Os ganhos serão múltiplos: a ampliação de acesso ao público; uma nova e melhor estrutura para oferecer cursos e programas públicos (oficinas, palestras, seminários, formação de professores etc.); um ambiente maior e equipado com as últimas tecnologias para o restauro de obras icônicas, que, somadas às aquisições feitas ano a ano, contam histórias da arte cada vez mais diversas, inclusivas e plurais.
Por limitações físicas, pouco mais de 1% do acervo do museu é exposto atualmente. No total, o MASP possui mais de 11 mil obras entre pinturas, esculturas, objetos, fotografias, vídeos e vestuário de diversos períodos, que abrangem a produção europeia, africana, asiática e das Américas. Esse é mais um dos aspectos que será impactado positivamente com a inauguração.
“O acervo do MASP vem crescendo. Nosso plano é que o 2º andar e o 2º subsolo do edifício Lina sejam dedicados às exposições de longa-duração, com obras que pertencem à coleção do museu. Já as novas galerias do edifício Pietro, todas com pé-direito alto e equipadas com sistema de climatização e iluminação de última geração, deverão ser ocupadas com exposições temporárias”, conta Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP. “Atualmente, a programação do museu tem um cronograma restrito. Esses novos espaços vão proporcionar um respiro maior no calendário e uma melhor organização da narrativa das exposições, além disso, cresceremos o número de mostras por ano.”
O edifício Pietro complementa e qualifica as instalações técnicas do museu, com a expansão de áreas como depósitos e docas, que hoje impõem limites concretos à gestão operacional.
Uma parte essencial do projeto é a interligação subterrânea entre os dois edifícios, que será feita sob a rua Prof. Otavio Mendes. Outra transformação importante será a transferência da bilheteria para o prédio Pietro, liberando o vão livre e devolvendo a este espaço a sua utilidade como praça pública, uso defendido por Lina Bo Bardi desde que idealizou a atual sede do MASP.
O edifício Pietro possui os pavimentos junto ao chão totalmente transparentes, em consonância com o vão livre, e os andares superiores revestidos com chapas metálicas perfuradas e corrugadas, que irão compor uma imagem monolítica sem inviabilizar a apreciação da paisagem e a entrada de luz natural, através de aberturas estrategicamente posicionadas, de acordo com as necessidades dos espaços internos.
Em diálogo com Heitor Martins, diretor-presidente do museu, e demais lideranças do museu, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha (1928-2021), Pritzker de arquitetura, enfatizou que o MASP deveria projetar um novo edifício que trouxesse todas as funcionalidades necessárias para o que se faz no museu, mas seguindo uma arquitetura que ressaltasse aquela desenvolvida por Lina sem competir com ela.
O empreendimento inclui soluções sustentáveis, diminuindo a pegada de carbono e conquistando a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design),sendo moderno e tecnológico, com iluminação em LED e automatizada, resultando em uma redução expressiva no consumo de energia. Além disso, a fachada dupla que protege o edifício da radiação solar e sombreia as janelas, diminui a carga térmica interna. A malha metálica que reveste o edifício permite a formação de uma camada de ar entre o edifício e a fachada externa, criando um microclima. Isso alivia o sistema de ventilação e climatização, reduzindo o consumo de energia.
O projeto é totalmente financiado por doações de pessoas físicas – seguindo a característica que o MASP possui desde sua fundação de engajar a sociedade privada em seus mais diversos projetos. “Viabilizar a construção desse prédio por meio de doações é o coroamento do novo modelo administrativo do MASP, uma instituição que tem seus pilares calcados na sociedade civil”, afirma Heitor Martins.
Os doadores consideram a ação uma oportunidade para deixar um legado cultural, turístico, urbanístico e econômico inquestionável para o país. “Felizmente, as famílias doadoras entenderam o significado do que nós estávamos propondo de fazer uma doação, sem incentivos da Lei Rouanet, só com pessoas físicas. Com isso, mostramos que a sociedade civil organizada pode, sim, fazer projetos importantes, desde que tenham confiança na governança da instituição. Mais do que uma expansão, estamos construindo um museu para o futuro”, diz Alfredo Setubal.
“Não estamos simplesmente construindo um prédio”, afirma Geyze Diniz, vice-presidente do Conselho, MASP, “estamos dando condições para o museu crescer”. “O envolvimento da sociedade civil é cada vez mais importante nas instituições. Vemos isso não só no Brasil, mas no mundo. Inspirados nisso, entendemos que era possível viabilizar a expansão em parceria com a sociedade civil, que já vem se engajando com o museu nos últimos anos e possibilitou que ele alcançasse o patamar de destaque em que está hoje”, completa.
“O MASP em Expansão significa a maior operação de filantropia brasileira com apoio de famílias, sem incentivos fiscais ou quaisquer estímulos governamentais. Este movimento transformará o MASP no maestro das instituições culturais da Avenida Paulista, consolidando este importante corredor cultural brasileiro”, salienta Ronaldo Cezar Coelho, presidente do comitê MASP em expansão.
A expansão do museu foi primeiramente idealizada por Júlio Neves, arquiteto que ocupou o cargo de presidente do MASP por 14 anos, de 1995 a 2009. Na década de 1990, Neves foi responsável pela reforma que incluiu a instalação da reserva técnica do museu e a renovação do sistema de ar-condicionado. Ele participou da compra do edifício Dumont-Adams nos anos 2000 e desenvolveu o projeto inicial para o edifício. Ao longo dos anos, o projeto sofreu alterações para obter a aprovação dos órgãos de patrimônio histórico e atender aos novos usos pretendidos para o espaço.
“O projeto se equipara à tecnologia aplicada aos melhores museus do mundo e não conheço outra estrutura similar no Brasil. Acredito que o MASP em expansão será um caso ímpar de planejamento e modernidade em nosso país”, diz Júlio Neves.
O projeto arquitetônico é uma co-autoria de Júlio Neves com o escritório METRO Arquitetos Associados, dos sócios Martin Corullon e Gustavo Cedroni. O escritório, que tem uma relação profícua com o MASP desde 2015, fez adaptações técnicas nos icônicos cavaletes de vidro desenvolvidos por Lina Bo Bardi, reinstalados no museu em 2016. Os displays flutuantes, que podem ser vistos no segundo andar, são um dos símbolos máximos do museu e fazem parte do projeto original da arquiteta.
O METRO também foi responsável por adaptar as remontagens de expografias elaboradas por Lina para o MASP em exposições como Arte da França: de Delacroix a Cézanne (2015), Portinari popular (2016) e A Mão do Povo Brasileiro, 1969/2016 (2016-2017), além de criar novas expografias de mostras como Histórias afro-atlânticas (2018), eleita pelo jornal norte- americano The New York Times como uma das melhores daquele ano. O METRO atuou também em melhorias no prédio, como na troca dos elevadores, na reforma do grande auditório e na área administrativa do museu.
A implementação do projeto é liderada por Marcelo Ribeiro, diretor financeiro e de operações, MASP e Miriam Elwing, gerente de projetos e arquitetura, MASP. A Racional foi a empresa contratada para realizar a construção e as obras que envolvem a expansão do museu e a Tallento para o gerenciamento da obra. O escritório Levisky Arquitetos | Estrategia Urbana foi responsável pela consultoria estratégica e licenciamento.
No dia 26 de novembro de 2024, o MASP anunciou a conclusão das obras do seu segundo edifício - Pietro Maria Bardi - composto por 14 andares e 7.821 m², somado à recente concessão do belvedere conhecido como vão livre, representa um expressivo crescimento da instituição, que dobra a sua área de atuação de 10.485 m² para 21.863 m² a partir de março de 2025. “O MASP cresceu e ficou maior que seu edifício. Alargar as fronteiras era necessário”, afirma Heitor Martins, diretor-presidente, MASP.
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