MASP

Claude Monet

A ponte japonesa sobre a lagoa das ninfeias em Giverny, 1920-24

  • Autor:
    Claude Monet
  • Dados biográficos:
    Paris, França, 1840-Giverny, França ,1926
  • Título:
    A ponte japonesa sobre a lagoa das ninfeias em Giverny
  • Data da obra:
    1920-24
  • Técnica:
    Óleo sobre tela
  • Dimensões:
    90 x 92,5 cm
  • Aquisição:
    Doação Louis La Saigne, 1948
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    MASP.00093
  • Créditos da fotografia:
    João Musa

TEXTOS



Monet foi direcionado para a pintura de paisagens marinhas ao ar livre por Eugène Boudin (1824‑1898). Nos anos seguintes, aproximou-se de um grupo de jovens artistas, entusiasmados com a pintura da Escola de Barbizon, de Manet (1832‑1883) e de Courbet (1819-1877). Nas paisagens pintadas na década de 1860, Monet iniciou suas experimentações sobre a representação dos reflexos da luz na água, que levaram à formulação de uma nova relação entre pintura e natureza, da qual derivou o impressionismo. Foi justamente um quadro de Monet, Impressão, sol nascente, exposto na primeira mostra do grupo, em 1874, que deu origem ao nome do movimento. As duas obras do MASP foram pintadas em Giverny, para onde Monet se mudou em 1883. A ponte japonesa sobre a lagoa das ninfeias em Giverny (1920-24) é uma pintura dos últimos anos de vida do pintor. Nas obras desta fase, a forma dos objetos representados se desfaz, já que a definição da imagem perde lugar para os efeitos das manchas na superfície da tela. Vista de perto, a massa de tinta é mais fina e mais espaçada que o habitual. Na época, certa crítica atribuiu tal efeito das obras à doença que afligia a vista do velho artista, sem considerar o significado de sua escolha gradativa por afastar-se da verossimilhança da figuração.

— Equipe curatorial MASP





O tema da “ponte japonesa” está no centro de uma das séries de pinturas nas quais Monet trabalhou mais intensamente entre os anos de 1918 e 1924 e da qual se conservam ao todo 23 telas. Logo após sua cirurgia de catarata, em 1923, o pintor exibe essa produção ao marchand Joseph Durand-Ruel, que nota como “o novo ateliê está literalmente cheio com a última série do jardim de Monet.(...) É evidente que ele não enxerga mais nada e não se dá mais conta das cores”. A incompreensão de Durand-Ruel, que foi um dos mais audaciosos e clarividentes marchands dos impressionistas, reflete bem as reservas de uma clientela ainda não preparada para os desdobramentos últimos da arte de Monet. A proximidade da abstração nessas séries finais deve ser entendida não apenas como abolição tendencial da figura, mas também como a abolição quase total de carga emotiva. A Ponte Japonesa sobre a Lagoa das Ninféias em Giverny do Masp é toda construída em tonalidades azuis esverdeadas tendentes no limite à monocromia. A obra integra um conjunto de telas com tratamento similar de composição e de colorido, caracterizado também pela procura de profundidade nos tons mais luminosos.

— Autoria desconhecida, 1998

Fonte: Luiz Marques (org.), Catálogo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo: MASP, 1998. (reedição, 2008).



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