Por Equipe curatorial MASP
A pintura de Volpi (1896-1988) caracteriza-se por um singular repertório de experiências e influências que mescla tradições modernas e populares: o trabalho artesanal, o interesse pelas festas tradicionais
brasileiras, os temas religiosos e o casario. Nascido na Itália há exatos 125 anos, o artista de origem trabalhadora migrou com a família para o bairro do Cambuci, em São Paulo. Trabalhou na construção civil, como
encanador e marceneiro, e se especializou na pintura decorativa de paredes. Autodidata, começou a pintar em 1911, expondo pela primeira vez em 1925. Sua produção inicial é focada em paisagens urbanas e rurais,
distantes do estilo que marcaria sua obra. Na década de 1950, Volpi passou a sintetizar suas composições, geometrizando sua figuração com padrões, formas e temas — como suas famosas bandeirinhas, mastros, faixas,
fachadas e ogivas — que ele desenvolveu até o fim de sua carreira. Assim, sua obra ganha as características formais que o tornaram tão conhecido, com sua pintura de espaços planificados, com campos cromáticos bem
delimitados, mas com contornos irregulares, marcados pelo uso sutil e sensível da cor, e pela textura da têmpera, técnica que utilizava nas telas. Em 2022, no ciclo dedicado às
Histórias brasileiras, o MASP apresentará Volpi popular,a terceira mostra dedicada a artistas modernistas brasileiros que trabalham com referências populares — depois de Portinari popular, em 2016, e Tarsila popular, em 2019.