MASP

Ibã Huni Kuin | Bane Huni Kuin | Movimento dos artistas Huni Kuin (MAHKU)

Dami (Avenida Paulista), 2017

  • Autor:
    Ibã Huni Kuin | Bane Huni Kuin | Movimento dos artistas Huni Kuin (MAHKU)
  • Dados biográficos:
    Jordão, Acre, Brasil, 1964 | Jordão, Acre, Brasil, 1983 |Terra Indígena, Kaxinawá do Rio Jordão, Acre, Brasil, 2013
  • Título:
    Dami (Avenida Paulista)
  • Data da obra:
    2017
  • Técnica:
    Acrílica sobre tela
  • Dimensões:
    164,5 x 201 cm
  • Aquisição:
    Obra comissionada, no contexto da exposição Avenida Paulista , 2017-21
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    MASP.11003
  • Créditos da fotografia:
    MASP

TEXTOS


Por Daniel Revillion Dinato
Estes desenhos e pinturas feitos a partir de um comissionamento ou encomenda, mostram uma avenida Paulista bastante colorida, vista de cima. Aos artistas do MAHKU (Movimento dos Artistas Huni Kuin) foi pedido que produzissem obras para a mostra Avenida Paulista, ocorrida entre fevereiro e maio de 2017. Nota-se que as obras retratam todas um mesmo trecho da avenida, colocando o MASP no canto superior direito, e não no centro, como poderia-se pensar que os artistas fariam. Não por acaso era esse o trajeto percorrido pelos artistas do MAHKU quando ficaram hospedados na cidade, no ano anterior, para a realização de uma oficina no contexto da exposição Histórias da Infância, ocorrida também no MASP, em 2017. Ibã, Bane e Maná, autores dos desenhos, ficaram hospedados na rua Augusta e faziam diariamente esse trajeto para chegar no museu. Isso aponta que, para pintar, é preciso conhecer, e que, para conhecer, é preciso experimentar. Não há conhecimento fora da experiência corporal, eles poderiam nos dizer. Assim também eles fazem quando pintam os cantos huni meka, os cantos da ayahuasca que estão na base da produção do coletivo. Os artistas do MAHKU transformam os cantos em imagens porque os conhecem, já os experimentaram através das inúmeras ingestões de nixi pae (ayahuasca). Curiosamente, um outro processo se repete nesses dois casos citados: assim como a avenida Paulista, os cantos huni meka são sempre iguais, mas estão sempre um pouco diferentes. Nunca se pinta o mesmo rio, diria Heráclito. Nem a mesma avenida e, muito menos, o mesmo canto, diriam os artistas do MAHKU.

— Daniel Revillion Dinato, 2022



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