MASP

Alberto da Veiga Guignard

Figura de menino com camisa branca listrada, 1962

  • Autor:
    Alberto da Veiga Guignard
  • Dados biográficos:
    Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil, 1896-Belo Horizonte, Brasil ,1962
  • Título:
    Figura de menino com camisa branca listrada
  • Data da obra:
    1962
  • Técnica:
    Óleo sobre tela
  • Dimensões:
    32 x 40 cm
  • Aquisição:
    Comodato MASP B3 – BRASIL, BOLSA, BALCÃO, em homenagem aos ex-conselheiros da BM&F e BOVESPA
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    C.01188
  • Créditos da fotografia:
    MASP

TEXTOS



Conhecido por suas paisagens, em que igrejas e balões flutuam sobre as montanhas das cidades históricas coloniais mineiras, Alberto da Veiga Guignard realizou também muitos retratos, que constituem parte significativa de sua produção. O pintor representou a si mesmo, pessoas de sua família, amigos, crianças, intelectuais, artistas, e fez ainda retratos por encomenda, sobretudo de famílias da elite mineira. Não sabemos precisamente quem é esse menino branco, personagem principal de Figura de menino com camisa branca listrada. A obra foi realizada um ano antes de o pintor falecer, quando sua carreira se consolidava no circuito de arte brasileiro. O quadro apresenta uma paleta de tons claros e pastel, próxima ao universo infantil e lúdico do personagem retratado. Destacam‑se a composição bem calculada e estruturada da figura, e o domínio da técnica do desenho, observado na pincelada precisa e leve, especialmente no listrado azul sobre o fundo branco da camisa do menino. Apesar de esta ser uma obra categorizada como retrato, nela o pintor enfatizou outros elementos da paisagem do entorno — nesse caso, um balneário. Representou banhistas, marinheiros, pescadores, embarcações, coqueiros e balões, que revelam, ao fundo do retrato, marcas do universo e do estilo das suas paisagens, caracterizadas pela desproporcionalidade e estilização intencional das figuras e dos objetos.

— Guilherme Giufrida, assistente curatorial, MASP, 2018

Fonte: Adriano Pedrosa, Guilherme Giufrida, Olivia Ardui (orgs.), Da Bolsa ao Museu – comodato MASP B3: arte no Brasil, séculos 19 e 20, São Paulo: MASP, 2018.




Por Guilherme Giufrida
Como antropólogo e curador, me interesso muito pela vida dos objetos. É fascinante ver as imagens da chegada das primeiras obras ao MASP no início da formação do acervo — a descida do avião, a recepção no porto, a foto estampada nos jornais, como celebridades. Meu primeiro trabalho na curadoria do museu foi na mostra Da bolsa ao museu, Comodato MASP B3, por ocasião do empréstimo por 30 anos de 65 obras pertencente às Bolsas de Valores, reunidas na B3. Várias pinturas de alguns ícones da arte brasileira do século 20, como Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Pancetti e Guignard, vieram aprofundar e complementar a coleção brasileira do museu, que historicamente havia privilegiado a aquisição de arte europeia. Numa das primeiras visitas, a equipe do museu fez fotos das salas de reunião da Bolsa no centro de São Paulo, ainda com as obras nas paredes, mostrando onde cada uma era exposta e de que forma testemunharam por décadas muitas das principais decisões financeiras do país. Hoje, as pinturas são apresentadas nos cavaletes de vidro no MASP, para um público muito mais amplo. Ao vê-las ali, junto a outras centenas de obras do museu, especulo sobre as outras paredes (ou suportes) por onde passaram, que cenas e eventos presenciaram silenciosas, até finalmente chegarem ao MASP.

— Guilherme Giufrida, curador assistente, MASP, 2020

Fonte: Instagram @masp 26.04.2020



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