Poeta, Paulo Menotti Del Picchia concluiu o curso de direito em 1913, quando iniciou sua carreira no jornalismo e lançou seu primeiro livro de poesias,
Poemas do vício e da virtude. Fundou o jornal O Grito(1914) e, após anos coordenando periódicos, assumiu o Diário da Noite(1933), a convite do jornalista e empresário Assis Chateaubriand (1892-1968). Em 1922, ajudou a idealizar a Semana de Arte Moderna, marco inaugural do modernismo no Brasil, coordenando algumas cerimônias e leituras.
Del Picchia foi deputado federal e estadual em São Paulo, além de membro da Academia Paulista de Letras. Na década de 1930, dirigiu o Movimento Cultural Nacionalista Bandeira, que buscava, a partir da cultura,
ilustrar a ideia de nação. Na comemoração de seus 86 anos, em 1988, realizou exposição individual no MASP. No mesmo ano, foi inaugurada a Casa Menotti Del Picchia, instituição que preserva seu acervo em Itapira, São
Paulo. Publicou mais de quarenta livros.
Arranha-céusé uma de suas raras obras em coleções públicas. A vista dos edifícios contra o céu azul foi representada de maneira geométrica, estabelecendo uma relação entre figuração e abstração.
A obra do Masp, Arranha-Céus, representa uma incursão na pintura relativamente isolada na multiforme atividade de Menotti Del Picchia, provavelmente influenciada pelo cubismo em suas acepções mais mitigadas e não eventualmente alheia à tela
Terraçode De Fiori, de que existem duas versões, uma delas conservada no Masp, ambas datadas do início dos anos 40. O interesse pela incipiente, mas vertiginosa, verticalização da cidade de São Paulo nos anos daquele
decênio terá reacendido no já então veterano militante cultural alguma recordação do canto futurista da metrópole.