MASP

Wesley Duke Lee

Através do espelho mágico (Pietro Maria Bardi), 1987

  • Autor:
    Wesley Duke Lee
  • Dados biográficos:
    São Paulo, Brasil, 1931-2010
  • Título:
    Através do espelho mágico (Pietro Maria Bardi)
  • Data da obra:
    1987
  • Técnica:
    Tinta acrílica sobre tela
  • Dimensões:
    150 x 150 x 3,5 cm
  • Aquisição:
    Doação Private Bank/Citibank, 1990
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    MASP.01195
  • Créditos da fotografia:
    João Musa

TEXTOS



Wesley Duke Lee começou sua carreira artística frequentando os cursos livres de desenho do MASP, em 1951. Ao longo dessa década, viajou continuamente como assistente do pintor Karl Plattner (1919-1986) e estudou design e artes gráficas por vários anos em Nova York. Neste período nos Estados Unidos, teve o primeiro contato com a nascente arte pop. De volta ao Brasil em 1960, criou o movimento “realismo mágico”, que buscava no retorno à figuração uma alternativa às tendências abstrato geométricas que dominavam a arte paulista naquela época. Foi professor de artistas como Carlos Fajardo, José Resende, Frederico Nasser e Geraldo de Barros (1923-1998), com os quais fundou o Grupo Rex (1966-67), um coletivo que, por meio de happenings, eventos espontâneos e performáticos, e de um jornal bastante humorado, reagia criticamente ao mercado de arte brasileira. Assim, o artista contribuiu para a inserção do pop no repertório artístico nacional. A obra do MASP, Através do espelho mágico (Pietro Maria Bardi) foi pintada muitos anos depois dessa época, mas mantém o traço e a profusão de cores característica da arte pop. É apenas uma das treze obras do artista na coleção, o que confirma o vínculo de décadas entre o artista e o diretor fundador do Museu, Pietro Maria Bardi (1900-1999).

— Equipe curatorial MASP, 2017

Fonte: MASP: Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo: Instituto Cultural J. Safra, 2017. (Coleção museus brasileiros)




Por Leandro Muniz
O italiano Pietro Maria Bardi (1900-1999) foi jornalista, historiador, crítico, colecionador, galerista e o primeiro diretor do MASP, desde sua fundação, em 1947, até 1996. Em seu retrato, pintado por Wesley Duke Lee, ele é representado com as mãos entrelaçadas, a cabeça levemente inclinada e o olhar direto para o observador. Bardi era um incentivador e um interlocutor frequente do artista desde os anos 1960 e Duke Lee fez um curso de desenho na escola do MASP, em 1951, início de sua formação. De 1952 a 55, estudou publicidade na Parsons School, em Nova York, onde teve contato com os artistas surrealistas e dadaístas que moravam na cidade e com a nascente arte pop, forte influência em sua obra. Ao longo de sua produção, Duke Lee realizou diversos retratos a partir de fotografias, registrando os integrantes de seu círculo social. Através do espelho mágico (Pietro Maria Bardi) faz alusão ao romance homônimo de Lewis Carroll (1832-1898), que é a continuação do célebre livro Alice no país das maravilhas. Na obra de Duke Lee, os espelhos são um assunto recorrente, interessando ao artista as ideias de duplicação e distorção. No retrato de Bardi, há um contraste entre a forma esquemática como ele é representado e a liberdade cromática e gestual com as quais a pintura é construída. Na parte inferior, a gravata e as mãos são desenhadas apenas por seus contornos, como um esboço; já no rosto, há uma explosão de cores, sugerindo aspectos psíquicos e emocionais do retratado.

— Leandro Muniz, assistente curatorial, MASP, 2023



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