MASP

Anita Malfatti

Batizado na roça, Década de 1950

  • Autor:
    Anita Malfatti
  • Dados biográficos:
    São Paulo, Brasil, 1889-1964
  • Título:
    Batizado na roça
  • Data da obra:
    Década de 1950
  • Técnica:
    Óleo sobre tela
  • Dimensões:
    22 x 58 cm
  • Aquisição:
    Comodato MASP B3 – BRASIL, BOLSA, BALCÃO, em homenagem aos ex-conselheiros da BM&F e BOVESPA
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    C.01194
  • Créditos da fotografia:
    MASP

TEXTOS



Anita Malfatti, uma das principais artistas do modernismo brasileiro, dedicou-se a motivos populares no final de sua vida. A partir dos anos 1940, transformou radicalmente sua arte. Declarou querer abandonar as fórmulas das vanguardas internacionais, e pintar de forma cada vez mais simples. A sua temática também muda: a pintura expressionista de cenas interiores e de retratos é substituída pela representação da vida rural brasileira por meio de uma pincelada esfumada em tons pastel. Nota-se nessa fase a influência da pintura de artistas autodidatas e da obra de Alberto da Veiga Guignard (1896-1962). Malfatti pintou, nesse período, flores, paisagens e cenas populares — especialmente danças, jogos infantis, bailes caipiras, procissões, casamentos e outras festas religiosas das áreas rurais do país. Batizado na roça foi realizada na década de 1940, período em que a artista frequentava os arredores da cidade de São Paulo, especialmente os municípios de São Miguel Paulista e Embu. Nessa tela, há vários personagens cujos rostos foram pintados sem definição, e cuja pele apresenta tonalidade escura. Eles aparecem na comunhão familiar, em atividades de lazer e descanso cotidiano. Dialogando umas com as outras, diferentes gerações parecem confortáveis em meio à paisagem e aos animais. Malfatti delimita alguns núcleos de ação: personagens montam a cavalo, tocam violão, carregam bebês, seguram objetos na cabeça, conduzem uma charrete, brincam entre si e com um cachorro, descansam apoiados em uma árvore. A cena principal é o batizado na roça, que dá título à pintura. Veem-se uma igreja católica ao centro, envolta pela vegetação tropical, e casarios simples ao fundo. Em frente à igreja, um homem segura sua filha pequena, e a mulher, o bebê prestes a receber o batismo.

— Guilherme Giufrida, assistente curatorial, MASP, 2018

Fonte: Adriano Pedrosa, Guilherme Giufrida, Olivia Ardui (orgs.), Da Bolsa ao Museu – comodato MASP B3: arte no Brasil, séculos 19 e 20, São Paulo: MASP, 2018.



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