Desde os 15 anos, Nattier já era premiado como artista e atendia a muitas encomendas privadas. Em 1718, após retratar Catarina, a Grande (1729‑1796), imperatriz da Rússia, recusou o convite para se estabelecer na
corte em São Petersburgo. Foi então aceito como pintor de temas históricos na Académie Royale de Paris. Nattier é um dos maiores retratistas de sua geração, caracterizada pela renovação da imagem da mulher, dada sua
crescente importância na vida intelectual e cultural francesa no século 18. Seus retratos reiteram o ideal da nobreza, através de simbolismos e da ostentação da riqueza, evidenciada pelos tecidos como o veludo e o
cetim coloridos, que eram muito custosos e demarcavam papéis sociais. As pinturas do MASP reúnem quatro das filhas do rei Luís XV. Cada uma delas é associada a um dos quatro elementos, identificados pelos atributos
do globo, do fogareiro,
do pavão e da ânfora. A mais velha, Louise-Elisabeth, é associada à terra; Anne-Henriette, ao fogo; Marie‑Adélaïde, ao ar; Marie-Louise-Thérèse-Victoire, à água. As obras decoravam uma sala no Palácio de Versalhes,
residência da corte francesa à época.