MASP

Noemia Mourão

Moças do Boulevard Raspail, 1939

  • Autor:
    Noemia Mourão
  • Dados biográficos:
    Bragança Paulista, São Paulo, Brasil, 1912-São Paulo, Brasil ,1992
  • Título:
    Moças do Boulevard Raspail
  • Data da obra:
    1939
  • Técnica:
    Óleo sobre tela
  • Dimensões:
    91,5 x 73 x 2,5 cm
  • Aquisição:
    Doação Museus Regionais, 1967
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    MASP.01030
  • Créditos da fotografia:
    MASP

TEXTOS



Nascida em uma fazenda próxima a Bragança Paulista, Noêmia Mourão (1912-1992) pertencia a uma família ligada à aristocracia cafeeira. Aos 20 anos, iniciou seus estudos de pintura no Clube do Artista Moderno com professores como Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976), com quem se casaria em 1933. Em sua trajetória como pintora, Mourão retratou sobretudo figuras femininas no primeiro plano das telas, geralmente fora do espaço doméstico ao qual eram então normalmente associadas. Personagem central em uma fase de consolidação e efervescência do modernismo brasileiro, a artista também foi influenciada, como a maior parte dos seus contemporâneos, pelas pesquisas sobre a brasilidade, integrando tradições regionais, populares e indígenas, assim como das culturas urbanas cosmopolitas. Viveu entre 1935 e 1940 em Paris, quando pintou Moças do Boulevard Raspail, da coleção do MASP, na qual a capital francesa é cenário. Aqui vê-se uma cena típica de café parisiense; há quatro mulheres, uma a frente sem olhar diretamente para a observadora, e outras três sentadas em uma mesa em uma avenida na Rive Gauche, região conhecida na época pela boemia e como ponto de encontro da intelectualidade. A tela revela a forma com a qual Mourão costumava representar as figuras, com olhar melancólico, pintadas com membros volumosos, arredondados, em formas pouco detalhadas e cores vibrantes. Nesse período, a artista participou junto a artistas como Suzanne Valadon (1865-1938) e Marie Laurencin (1883-1956), com quem Mourão também realizou exposições, da Société des femmes artistes modernes cuja bandeira central era o reconhecimento da profissionalização das mulheres artistas. Mourão e o marido, Di, sairiam as pressas da Europa em 1940, fugindo da 2ª Guerra Mundial, deixando para trás em um depósito a obra realizada nesses anos, com a qual a artista iria se reencontrar apenas 26 anos depois.

— Guilherme Giufrida, curador assistente, 2020

Fonte: Instagram @masp 30.06.2020



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