MASP

Pierre Gobert

Retrato de noiva com flores (Charlotte Aglaé d'Orléans, chamada mademoiselle de Valois?), Circa 1720

  • Autor:
    Pierre Gobert
  • Dados biográficos:
    Paris, França, 1662-1744
  • Título:
    Retrato de noiva com flores (Charlotte Aglaé d'Orléans, chamada mademoiselle de Valois?)
  • Data da obra:
    Circa 1720
  • Técnica:
    Óleo sobre tela
  • Dimensões:
    146,5 x 115 x 3,5 cm
  • Aquisição:
    Doação Duquesa de la Rouchefoucauld, 1949
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    MASP.00453
  • Créditos da fotografia:
    João Musa

TEXTOS



Segundo Xavier Salmon, que estudou detidamente a obra Retrato de Noiva com Flores (Charlotte Aglaé d’Orléans, chamada Mademoiselle de Valois?), a tela ornava provavavelmente a residência de Elisabeth de Clermont-Tonnerre, duquesa de la Rouchefoucauld, situada na rue de Lille, em Paris. O estudioso atribuiu-a com precisão a Gobert com base em numerosos retratos do artista, conservados em diversas coleções, nomeadamente no Museu de Versailles. O retrato desta jovem em um externo representa-a com o braço direito sobre as saliências de um vaso que contém uma laranjeira em flor, atributo iconográfico em voga na retratística coeva para indicar sua condição de noiva. As pesquisas de Salmon evidenciaram, no retrato do Masp, todas as características mais típicas do gênero, que se repetem com alterações de detalhe em pelo menos outros três retratos identificados pelo estudioso, o da Marquesa de Gondrin nos traços de Vênus, no castelo de Nymphenburg, em Munique, e duas outras versões da mesma jovem retratada no quadro do Masp, conservadas, a primeira, até 1992 no Museu de Boston (Christie’s, Nova York, 14/1/1993, lot 34) e a segunda, no castelo de Wilhelmshöhe, na região de Hesse, na Alemanha. Salmon acolhe com cautela a menção que consta no retrato do castelo de Wilhelmshöhe, segundo a qual a retratada em questão seria Charlotte Aglaé d’Orléans (1700-1761), chamada Mademoiselle de Valois, filha de Phlippe II d’Orléans, que viria a se casar com Francesco Maria d’Este, duque de Modena, em 1720. O gosto pelo estereótipo de beleza tende a uma certa uniformização dos traços fisionômicos, que dificulta enormemente todo esforço de identificação do modelo. Este, com efeito, é apresentado aqui segundo um conjunto típico de atributos que compõe o repertório da retratística galante dos primeiros anos do reinado de Luís XV. Da atitude rígida e estudada, dos adornos das vestes e do penteado, até a carnação realçada das faces e a guirlanda de flores, de presença obrigatória, tudo concorre aqui para fixar o gênero nos anos 20 do século, decênio em que esta obra pode ser datada.

— Autoria desconhecida, 1998

Fonte: Luiz Marques (org.), Catálogo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo: MASP, 1998. (reedição, 2008).



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