Embora seja o mais conhecido artista do barroco brasileiro, são poucas as certezas sobre a vida de Antônio Francisco Lisboa. Filho de uma escrava e de um arquiteto português, aprendeu a entalhar com seu tio, que
cuidava de uma oficina de escultura local. Ficou conhecido como Aleijadinho, porque teve uma doença que, gradativamente, comprometeu sua capacidade motora. Para muitos teóricos, como Mário de Andrade (1893-1945), ele
soube incorporar essas limitações físicas como recurso estilístico de sua obra. A obra do MASP é atribuída a Aleijadinho tanto por critérios estilísticos como por documentos relativos ao pagamento da sua encomenda,
feita diretamente ao artista. Entre os elementos que caracterizam as suas esculturas estão: os ângulos muito acentuados no entalhe das vestes, a boca entreaberta, o encontro das sobrancelhas e do nariz em “Y”, o
nariz e ângulo de quase 90º em relação ao rosto, a proporção alongada do corpo. A pintura do rosto revela que houve um corte para retirar o rosto e abrir o buraco dos olhos de vidro. O entalhe é típico do barroco
brasileiro e latino-americano: a escultura é feita em madeira e depois policromada, ou seja, recoberta em partes por uma massa sobre a qual se aplica a tinta e as folhas de ouro.