MASP

Jandyra Waters

Sem título, 1982

  • Autor:
    Jandyra Waters
  • Dados biográficos:
    Sertãozinho, São Paulo, Brasil, 1921
  • Título:
    Sem título
  • Data da obra:
    1982
  • Técnica:
    Óleo sobre tela
  • Dimensões:
    80 x 100 cm
  • Aquisição:
    DoaçãO Lais H. Zogbi Porto e Telmo G. Porto, 2021
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    MASP.11315
  • Créditos da fotografia:
    Galeria MAPA

TEXTOS



Nas abstrações geométricas da artista centenária Jandyra Waters, é recorrente o uso de composições centrífugas, em que diagonais simétricas criam um movimento no olhar que vai do centro para a borda do quadro, sugerindo algo que emana de dentro para fora. A combinação de cores brilhantes e inusitadas (bem diferente do gosto comum do abstracionismo geométrico) gera uma alternância entre figura e fundo, enfatizando a vibração. Na obra do MASP, a sensação de algo que irradia a partir do centro é bastante enfática. No meio do quadro, losangos azuis e marrons se intercalam, seguidos por triângulos alongados e, depois, duas grandes áreas trapezoidais, criando uma gradação. Desde a década de 1950, Waters experimentava com a geometria, mas, só a partir dos 1970, a artista consolidou essa linguagem como seu principal meio de expressão, utilizando uma paleta de cores não puras e sempre chapadas. Se a geometria na tradição brasileira, em geral, está ligada à tentativa de racionalização, como no concretismo, o neoconcretismo buscou aliar essa vertente com a experiência do corpo e da sensibilidade. No caso de Waters, a geometria está ligada a conteúdos místicos. Outros elementos na obra da artista que problematizam a suposta racionalidade da geometria, inserindo elementos esotéricos nessas imagens, são a presença de frestas, janelas e mandalas, que sugerem um espaço interior, associado à ideia de espiritualidade. Em 1947, Waters estudou pintura na Inglaterra, onde morou até 1950. Em 1951, de volta a São Paulo, estudou com artistas como Marcelo Grassmann (1925-2013) e Yoshiya Takaoka (1909-1978), além de história da arte na USP. Waters também publicou livros de poesia nos quais, além da recorrência de temas como a eternidade, o infinito e outros assuntos metafísicos, sua escrita guarda o mesmo caráter sintético de sua pintura.

— Leandro Muniz, assistente curatorial, MASP, 2021

Fonte: Instagram @masp 17.09.2021



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