MASP

Enrico Bo

Sem título, 1947

  • Autor:
    Enrico Bo
  • Dados biográficos:
    Itália
  • Título:
    Sem título
  • Data da obra:
    1947
  • Técnica:
    Óleo sobre cartão
  • Dimensões:
    25 x 35 cm
  • Aquisição:
    Doação Lais Helena Zogbi e Telmo Giolito Porto, 2016
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    MASP.01639
  • Créditos da fotografia:
    MASP

TEXTOS



Enrico Bo foi um artista e engenheiro italiano, pai da arquiteta Lina Bo Bardi (1914-1992), autora do projeto do edifício do MASP. Nascido em 1882, Enrico trabalhou como tipógrafo, restaurador de litogravuras, designer de rótulos de produtos industriais, e foi proprietário de uma modesta fábrica de brinquedos. Depois de se casar e ter suas duas filhas, estabeleceu-se em Roma, onde fundou uma pequena empresa de construção civil. Embora sua paixão fosse a pintura, ele sustentava a família reformando e construindo casas simples em bairros romanos onde vivia a classe trabalhadora, com o apoio de cooperativas operárias e de iniciativas filantrópicas, influenciadas por experimentos realizados por arquitetos como Gustavo Giovannoni (1873-1947) e Marcello Piacentini (1881-1960), de quem Lina mais tarde se tornaria aluna. Pensador independente, monarquista e anticlerical, Enrico teve muita influência pelas escolhas iniciais artísticas da filha, ajudando-lhe a desenvolver aptidões técnicas básicas como o desenho, a aquarela e os princípios de perspectiva. Habilidoso pintor, Enrico gostava de compor imagens elaboradas, povoadas por personagens populares e cotidianos que lotavam as ruas das cidades italianas na virada para o século 20. Suas composições peculiares emulavam temas também metafísicos e do dia a dia em uma atmosfera onírica, que aludiam ao surrealismo e à obra do pintor italiano Giorgio de Chirico (1888-1978) — que depois se tornou seu amigo. Nesta composição, um grupo de homens juntam-se para derrubar uma estátua, a Venus de Milo, atribuída a Alexandre de Antioquia (circa 130-100 a.C.), em escala aumentada, enquanto ao fundo uma torre de uma igreja em arquitetura gótica submerge em uma vasta porção de água. Aqui, nota-se o espaço metafísico de seu trabalho, a precisão de sua representação de volumes escultóricos e arquitetônicos, e sua posição política iconoclasta, crítico à idolatria tanto à igreja católica quanto à tradição artística clássica.

— Guilherme Giufrida, curador assistente, 2022



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