Conceição Freitas da Silva, mais conhecida como Conceição dos Bugres (1914-1984), foi uma artista ímpar para a história da escultura no Brasil, reconhecida pela produção dos chamados "bugres"— trabalhos em
geral esculpidos em madeira e cobertos por cera de abelha ou parafina e tinta, mas que também podem ser feitos em pedra sabão e arenito. Em sua obra figuram personagens de tipo característico fundamentados na
repetição do uso dos materiais e formas e na especificidade de seus traços. Apesar de apresentarem um padrão que as define, suas esculturas têm subconjuntos variados e são dotadas de fortes e singulares
personalidades, distinguíveis em relação tanto à expressão como a sutis e apuradas modificações na forma, o que revela a excelência da artista. Nesse contexto, a escultora é a escolhida para dar início ao biênio das
Histórias brasileirasno MASP. A exposição Conceição dos Bugres: tudo é da natureza do mundo, que reúne 119 obras da artista e se encaixa no movimento que o MASP vem fazendo desde 2016 ao apresentar obras de artistas que ficaram fora das histórias oficiais da arte com o objetivo de os reposicionar, como no
caso das exposições
Agostinho Batista de Freitas(2016) e Maria Auxiliadora: vida cotidiana, pintura e resistência(2018).