MASP

No Martins

Senhora injustiça, 2017

  • Autor:
    No Martins
  • Dados biográficos:
    São Paulo, Brasil, 1987
  • Título:
    Senhora injustiça
  • Data da obra:
    2017
  • Técnica:
    Acrílica, fotografia, purpurina, spray e óleo sobre tela
  • Dimensões:
    120,5 x 210,3 cm
  • Aquisição:
    Doação Otávio Cutait Abdalla e Gustavo Cutait Abdalla, 2021
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    MASP.11151
  • Créditos da fotografia:
    Eduardo Ortega

TEXTOS



Em ‘Senhora Injustiça’, No Martins usa a estrutura do tríptico —um formato clássico da pintura religiosa— para discutir a violência policial na cidade, em especial contra jovens negros, como o próprio artista. Na imagem da esquerda, 5 viaturas e 5 policiais apontam suas armas para a tela central, na qual há um autorretrato em preto e branco com o cabelo enrolado ao redor do rosto. Os olhos cobertos são uma paródia da alegoria da justiça, representada como uma figura feminina branca vendada, indicando que “a justiça é cega”. Sobre a boca do artista, está desenhado o contorno de uma mão, evocando silenciamento e, abaixo de seu rosto, o número de seu RG. Códigos de barras, retiradados de ingressos de um museu no qual o artista trabalhou, estão alinhados na parte inferior da pintura. A articulação entre a imagem do rosto, da mão e o número do RG também refere-se às abordagens policiais, em que os revistados apresentam seus documentos e permanecem calados. Na tela da direita, pessoas são rendidas contra viaturas, camburões e deitadas no chão. A sequência das três telas produz uma narrativa sobre a violência do início, meio e fim das abordagens policiais, porém, a serenidade do autorrretrato contrasta com a turbulência das imagens nas laterais. ‘Senhora injustiça’ denuncia o que Martins chama de “catracas sociais”, impedimentos para a circulação de pessoas negras e pobres pela cidade e pelos espaços culturais.

— Leandro Muniz, assistente curatorial MASP, 2022



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