Carlos da Silva Prado formou-se em arquitetura pela Escola Politécnica de São Paulo no final da década de 1920, viajando em seguida à Europa para aperfeiçoar-se em urbanismo. Interessou-se pela pintura e, de volta a
São Paulo, no começo da década de 1930 instalou seu ateliê na rua Pedro Lessa, nos arredores do viaduto Santa Ifigênia, junto com Flávio de Carvalho (1899-1973), Antônio Gomide (1895-1967) e Di Cavalcanti
(1897-1976). Com esses artistas, fundou em 1932 o Clube dos Artistas Modernos (CAM). O grupo via associação entre as experiências artísticas modernas e a prática política. Prado manteve-se fiel à figuração por toda a
vida, refutando outras tendências, como o abstracionismo, que considerava serem orientadas pelo mercado de arte. Pintava cenas urbanas, com temas sociais, como a pintura
Varredores de rua (Os garis)(1935), que remete ao contexto de forte organização trabalhista no Brasil da década de 1930. Na cena noturna, um grupo de garis reúne‑se em roda numa esquina, ainda com as vassouras nas mãos. Os tons sombrios da obra
parecem dar seriedade e sigilo ao teor da conversa.