MASP

Jean-Antoine Houdon

Voltaire, 1778

  • Autor:
    Jean-Antoine Houdon
  • Dados biográficos:
    Versalhes, França, 1741-Paris, França ,1828
  • Título:
    Voltaire
  • Data da obra:
    1778
  • Técnica:
    Mármore
  • Dimensões:
    48 x 23 x 22 cm
  • Aquisição:
    Doação Guilherme Guinle, 1958
  • Designação:
    Escultura
  • Número de inventário:
    MASP.00058
  • Créditos da fotografia:
    João Musa

TEXTOS


Por Luciano Migliaccio
Em 1778, Voltaire deixa seu refúgio em Ferney na Suíça e retorna a Paris para ser consagrado na Comédie Française. Nessa ocasião, apesar de sua relutância em ser retratado, deixou-se convencer a posar para Houdon. Este esculpiu o conhecido busto do filósofo, em hábito drapejado à maneira dos antigos romanos, encomendado pela própria Comédie Française. A fim de poder atender aos muitos pedidos, o escultor fez numerosas réplicas com variações. Além dos bustos em hábito clássico, existem outros de peruca e vestes da época, e ainda outros sem peruca. Em outra versão, as feições do modelo são apresentadas mais realisticamente, evidenciando as marcas da velhice e a calvície. Voltaire deve ter preferido esta versão, pois um exemplar permaneceu, após sua morte, na casa de Ferney, passando por herança a uma de suas sobrinhas, Sra. Dompierre d’Hornoy ou Sra. Denis. Nathan Wildenstein, fundador da dinastia de antiquários parisienses, adquiriu esse mármore de um herdeiro da irmã da Sra. Denis, o Sr. de Vandeul. O filho de Nathan, Georges, também antiquário e conhecido estudioso da arte do século XVIII, vendeu-o, no início deste século, a Eduardo Guinle, cujo filho Guilherme doou-o ao Masp. Vale a pena citar as palavras de Rodin, referindo-se a um dos conhecidos bustos de Voltaire em Paris: “Que maravilha! É a personificação da malícia. Os olhos ligeiramente oblíquos parecem espreitar algum adversário. O nariz pontudo lembra o de uma raposa – como se estivesse farejando, aqui e ali, o abuso e o ridículo; vê-se que freme. E a boca – que obra-prima! Está emoldurada por dois sulcos de ironia, parece resmungar não sei bem que sarcasmo. Uma velha muito astuta e faladeira – esta é a impressão produzida por esse Voltaire, ao mesmo tempo tão vivo, tão doentio e tão pouco masculino” (A Arte, p. 97).

— Luciano Migliaccio, 1998

Fonte: Luiz Marques (org.), Catálogo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo: MASP, 1998. (reedição, 2008).



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