MASP

Raul Eitelberg

Zezé, Sem data

  • Autor:
    Raul Eitelberg
  • Dados biográficos:
    Brasil, 1929-1977
  • Título:
    Zezé
  • Data da obra:
    Sem data
  • Técnica:
    Fotografia analógica, ampliação sobre papel fotografico
  • Dimensões:
    40 x 30 cm
  • Aquisição:
    Comodato MASP Foto Cine Clube Bandeirante
  • Designação:
    Fotografia
  • Número de inventário:
    C.00218
  • Créditos da fotografia:
    Eduardo Ortega

TEXTOS


Por Monica Cardim
Zezé Mota, cantora e atriz, faz-se presente com leveza e elegância no acervo de fotografias do MASP. Zezé, retrato de Raul Eitelberg, tem inspiração pictórica convencional. A pose da artista é comportada, seu olhar evita a câmera. Em outra imagem, a Mãe de Santo D. Maria Bibiana do Espírito Santo afronta, majestosa, as lentes de Pierre Verger. O que essas mulheres têm em comum? Além de serem de indiscutível importância para a cultura do país, são afrodescendentes, retratadas por homens brancos, e não são fotógrafas. A beleza de ambas celebra a identidade da mulher negra e oculta a ausência de fotógrafas negras e indígenas nos acervos de arte dos museus brasileiros. Tal lacuna, quando preenchida por curadorias decoloniais, beneficiará o próprio sistema de arte com pluralidade estética e abordagens orientadas por concepções não unicamente ocidentais, masculinas e brancas. Obras como Humanae, da artista plástica e fotógrafa brasileira Angelica Dass, ao explorar a codificação digital das cores, discute o conceito hierarquizado de humanidade, cuja legitimação se deu com a contribuição de retratos etnográficos de viés colonialista, produzidos por europeus, como do alemão Alberto Henschel no século 19. Poderosas contranarrativas acerca da construção da identidade nacional e da presença humana no mundo vêm sendo produzidas pela perspectiva de fotógrafas e artistas indígenas, negras e afroindígenas. Basta olhar para ver.

— Monica Cardim, mestre em Artes, USP, 2021

Fonte: Instagram @masp 19.05.2021



Pesquise
no Acervo

Filtre sua busca