A presença dos povos indígenas originários na vida cotidiana do Brasil não é apenas uma coisa do presente. São povos que estavam neste território desde antes, construindo vidas e culturas que foram violentamente cortadas pela ação invasora dos colonialistas, na tentativa de apagar e erradicar seus corpos, línguas e culturas. É a resistência a este plano destrutivo que os traz até hoje e agradecem aos seus ancestrais que deram as vidas e sabedorias para que pudéssem continuar a existir como povos indígenas de Pindorama Brasil. A arte não esteve ausente da produção dos povos e hoje emerge com seus símbolos, cores e linguagens. É precisco decolonizar também o que entendem por arte para que a beleza do mundo simbólico da arte dos povos indígenas originários possa ser acessada e compreendida. Em suas criações e narrativas, fazem menção especial aos corpos das mulheres indígenas, que se expressam através de diferentes manifestações artísticas como arcos e flechas.
A palestra será transmitida pelo canal do MASP no YouTube.
TAMIKUÃ TXIHI
Mulher indígena Pataxó, integrante da Terra Indígena Jaraguá, em São Paulo, do povo Guarani Mbyá. Lutadora pela vida, liderança indígena, artista visual, ativista ambiental, escultora, ceramista, bacharel em Serviço Social e integrante do Feminismo Comunitário de Abya Yala. Txihi entende a arte como um meio de promover a proteção física e espiritual dos corpos, territórios e conhecimentos dos povos originários. Suas obras já foram expostas em instituições como a Pinacoteca de São Paulo, o Itaú Cultural, o Museu da Língua Portuguesa e o Museu das Culturas Indígenas. Foi indicada ao Prêmio PIPA 2022.