MASP

Arte e descolonização [ART AND DECOLONIZATION]

18-19.10
qui e sex
10h-17h30

Arte e descolonização é o primeiro seminário de um projeto de longo prazo realizado em conjunto entre MASP e Afterall, centro de pesquisa e publicação da University of the Arts de Londres dedicado à arte contemporânea e suas histórias, e que estabelece uma parceria inédita entre as duas instituições.

O seminário será um fórum para que teóricos da cultura, curadores e artistas da América do Sul, África, Estados Unidos e Europa levantem questões e propostas para a reinterpretação de exposições e coleções dos museus, a partir de leituras descolonizadas e não-canônicas. Os participantes abordarão o surgimento de novas práticas artísticas e curatoriais que questionam explicitamente os legados coloniais na arte, na curadoria e na escrita crítica sobre arte. Pretende-se que este seminário, assim como os seminários posteriores organizados pelo MASP e Afterall, estimulem novas discussões e pesquisas sobre descolonização, estudos decoloniais e pós-coloniais.

Organizador(es): Adriano Pedrosa, André Mesquita, Caroline Woodley e Mark Lewis, com a colaboração de Ana Bilbao e Yaiza Hernández Velázquez.

[Art and Decolonization is the first seminar of a long-term project in a new partnership with Afterall, a research and publication center of the University of the Arts London dedicated to contemporary art and its histories. 

The seminar will be a forum for cultural theorists, curators and artists from South America, Africa, United States and Europe to raise questions about and proposals for the reinterpretation of exhibitions and museum collections in non-canonical and decolonised ways. The seminar's participants will address the emergence of new artistic and curatorial practices, that explicitly question and critique colonial legacies in art, curation and critical art writing. It is intended that this seminar, as well as the subsequent ones to by organised by MASP and Afterall, should stimulate further discussion and research on decolonization, de-colonial and post-colonial studies.
 
Organization: Adriano Pedrosa, André Mesquita, Caroline Woodley, and Mark Lewis, with collaboration of Ana Bilbao and Yaiza Hernández Velázquez.]

INSCRIÇÕES GRATUITAS NO DIA DO EVENTO
 
A retirada de ingressos será realizada duas horas antes do início do seminário, na bilheteria do museu.
 
Cada ingresso é válido para 1 (um) dia de evento, sendo necessária a retirada em cada um dos dias.
 
Para receber os certificados, serão necessários o cadastro de e-mail, nome completo e a apresentação de um documento oficial. Os certificados serão emitidos somente para os participantes que comparecerem nos dois dias do seminário e serão enviados para o e-mail cadastrado.

PROGRAMA

Quinta-feira, 18 de outubro

10h-10h30
Introdução
 
10h30-12h30

ROLANDO VÁZQUEZ | O fim do contemporâneo, a decolonialidade e a tarefa da escuta
Museus desempenharam um papel essencial na articulação da divergência entre moderno e colonial, além de terem sido instrumentais na formação do cânone da estética. Vamos trazer à pauta a noção de contemporaneidade. Ao passo que esse conceito surge como o termo que define tanto a arte contemporânea e os museus, ele também permaneceu amplamente subtematizado e suposto como inócuo e inclusivo. A contemporaneidade define um dos eixos principais de diferenciação que constitui a diferença colonial. O eixo da era moderna opera junto de outras formas de exclusão, como raça e gênero. O campo da contemporaneidade consegue estabelecer que pertence ao presente ao mesmo tempo em que faz da novidade um critério estético. A decolonialidade convoca o fim do contemporâneo como condição para a possibilidade de permitir o surgimento de genealogias alternativas de práticas artísticas e curatoriais que transgridem a diferença colonial e incorporam as temporalidades que foram negadas no contemporâneo.
 
LUCIANA BALLESTRIN | Do pós-colonialismo à pós-democracia? Os limites da democracia liberal na América Latina e o desafio do giro decolonial.
Pretendo realizar uma leitura pós-colonial das democracias liberais no Sul Global, com três objetivos principais. O primeiro é o de analisar o contexto global de refluxo das democracias liberais ocidentais e o avanço de projetos autoritários pela via eleitoral, observando a participação da América Latina na onda atual de desdemocratização. O segundo é o de demonstrar como a trajetória da democracia, do liberalismo e do neoliberalismo, marcada e atravessada pela continuidade e resiliência do poder colonial (colonialidade), tornou a trajetória da democracia liberal no continente perigosamente pendular, provisória e, em certo sentido, natimorta. Por fim, gostaria de sugerir que a atualização do projeto anti-pós-decolonial necessita dialogar profundamente com o projeto democrático para problematizar seu conteúdo (neo)liberal, ser capaz de responder ao fascismo tropical ascendente e vincular, no horizonte normativo de refundação, o projeto de descolonização com um projeto democrático não exclusivamente liberal.  

NELSON MALDONADO-TORRES | Colonialidade visual e o caldeirão do tempo e do espaço moderno/colonial: notas sobre a colonialidade do ser e a estética decolonial.
A modernidade/colonialidade inclui regimes visuais que sustentam e naturalizam concepções e imagens modernas/coloniais de si, dos outros e de sub-outros em referência a formações espaço-temporais dentro das quais espera-se que sujeitos, outros e sub-outros se encontrem. Esta apresentação explorará, por um lado, imagens de descobrimento e conquista, e, por outro, artes visuais que questionam relações contemporâneas de colonização (particularmente da arte porto-riquenha) para elaborar a relevância da colonialidade e decolonialidade do ser para uma estética decolonial.
 
14h-16h

JULIETA GONZÁLEZ | Memórias do subdesenvolvimento, da arte e do giro decolonial na América Latina 1960-1985

A apresentação irá endereçar algumas das preocupações teóricas que nortearam a pesquisa realizada para a exposição Memories of Underdevelopment [Memórias do subdesenvolvimento]. A exposição visava identificar instâncias iniciais de estratégias “decoloniais” nas artes visuais, no cinema e na arquitetura na América Latina durante os anos 1960 e 1970 como forma de resistência à retórica do desenvolvimentismo que prevalecia na região à época. Essas estratégias artísticas precederam em décadas a articulação de teorias acerca da noção de colonialidade e decolonialidade que tiveram origem nos escritos de Aníbal Quijano sobre o assunto no início dos anos 1990, e estavam alinhadas ao tipo de crítica articulado nos campos da sociologia e da economia política dentro da teoria da dependência nos anos 1960. A pesquisa também foi motivada pela necessidade de empreender uma revisão crítica dessas práticas que vai além da categoria de “conceitualismo latino-americano”.
 
YAIZA HERNÁNDEZ VELÁZQUEZ | Pode um museu nos libertar?
Durante o início da década de 1970, os apelos para rever, resistir ou transformar o modelo europeu de museu do século 19 adquiriram um impulso significativo. A mesa redonda do Conselho Internacional de Museus (ICOM) de 1972, em Santiago do Chile, inspirada no projeto político latino-americano de “libertação”, exigiu um museu que fosse integral às comunidades que o servia. O legado desses debates, agora reunidos sob o nome de "Nova Museologia", expandiu-se na mesma proporção em que foi despolitizado. Esta apresentação tenta extrair um legado diferente dos escritos da museóloga brasileira Odalice Priosti e sua elaboração de uma “Museologia da Libertação”. Com base nas ideias de Priosti, nos perguntamos que recursos tal entendimento do que um museu deveria ser pode oferecer às tentativas contemporâneas de “descolonizar” instituições de arte.

SHEENA WAGSTAFF | Miscelânea enciclopédica
Seguindo o modelo europeu dominante, museus enciclopédicos que aspiram a ambições universalistas de abrangência passaram a ser contestados através de certas exposições e campanhas de formação de coleção que reavaliam seriamente a primazia do cânone aceito, mesmo na medida em que são determinados de uma posição privilegiada e irrefutavelmente problemática. O tema desta apresentação é o programa do The Met Breuer, um satélite do Metropolitan Museum of Art que, por motivos estratégicos, desde sua abertura em 2016, vem funcionando principalmente como um kunsthalle. Várias linhas de programas foram conscientemente inventadas, cada uma delas posta como uma proposição (seja por uma abordagem temática ou monográfica) que busca ampliar o entendimento do conhecimento autoritário recebido, vasculhando fundo na história de artefatos e modos de interpretação, incluindo as circunstâncias e o contexto muitas vezes exaltado da aquisição de um objeto. O programa do The Met Breuer visa incluir um questionamento do papel tradicional do museu na aspiração a uma coleção inclusiva “total”, de modo a atingir uma narrativa histórica tão holística quanto possível.
 
Conferência 
16h30-17h30


LEWIS R. GORDON | Descolonizando a estética negra
Esta conferência oferece uma crítica da tendência a desestetizar a estética negra através do desmantelamento do estudo de sua produção na forma de etnografia ou política instrumental. Vou responder a isso, em primeiro lugar, oferecendo um resumo do que seria uma abordagem estética e também fornecer um modelo de estética política capaz de endereçar a significância do negro na euromodernidade, ao passo que permanece ligado à realidade negra vivida como uma experiência que transcende a mera redução a categorias de moral e política. Usarei o cinema recente como exemplo audiovisual.
  
Sexta-feira, 19 de outubro
 
10h30-12h30

SHELA SHEIKH | “Aquilo que não podemos não querer”: racismo ambiental, testemunho mais-que-humano e paradoxos da representação
De acordo com as teorias clássicas de testemunho, aquele que presta depoimento é um sujeito soberano que fala em seu próprio nome e se posiciona diante da lei e/ou do outro para prometer uma verdade. Partindo da desconstrução pós-estruturalista e pós-humanista do sujeito humano, esta apresentação argumenta pela necessidade de uma noção expandida de testemunho – algo que inclua coletividades mais-que-humanas. Isso se torna ainda mais urgente no contexto de violência ambiental global em que, através dos legados da ciência e taxonomia imperial e da modernidade/colonialidade, aquilo que se vê ameaçado e violado são tanto a “natureza” quanto as populações racializadas. Orientada por uma seleção de práticas artísticas e especulativas contemporâneas, eu pergunto com o que tais coletividades de testemunhas mais-que-humanas podem se parecer. Até que ponto tais formas de testemunho podem funcionar não só metafórica ou poeticamente, mas também nos âmbitos da lei e das provas? Em situações em que os direitos dos seres humanos e não-humanos devem ser defendidos, como que as práticas artísticas podem nos ajudar a navegar pelos antigos enigmas das representações políticas e estéticas, as quais “falando por” ou “dando voz” tanto aos despossuídos quanto à natureza correm o risco de replicar ainda mais a matriz colonial original de ser e de poder que procura contestar e derrubar?

ESTEFANÍA PEÑAFIEL LOAIZA | Diálogos: da apropriação à regurgitação
Irei apresentar uma série de projetos de arte que lidam com espaços mentais e territórios reais, em que a ficção é convocada como uma tentativa para descentralizar o olhar e subverter as coordenadas estabelecidas de tempo e espaço. Alguns desses trabalhos propõem uma revisão da história do meu país e seus textos fundadores (isto é, “contagem regressiva”, “uma certa ideia de paraíso”), ao passo que outros estabelecem um diálogo utópico e plástico com a literatura e a poesia (a série “cartografias”). Em cada uma dessas práticas, o corpo é fortemente implicado no ato de ler e escrever, e as ideias do Sujeito e do Outro ficam intimamente entrelaçadas. Esses trabalhos lidam com noções como ingestão, mastigação, digestão e, mais precisamente, regurgitação.

ELIZABETH A. POVINELLI | Superfícies estraçalhadas, imagens insistentes
O Karrabing Film Collective (KFC) é um grupo de familiares e amigos, boa parte deles vindos da costa noroeste da extremidade superior do Território do Norte, a Austrália. O coletivo surgiu em 2009, na desastrosa interseção da política liberal tardia de reconhecimento e do capitalismo extrativista neoliberal que deixaram sem teto muitas das famílias que viriam a compor o KFC. Filmes e instalações de arte são um meio de representar essa posição precária, criando um contexto acerca de um futuro que poderia ser praticado e incitando integrantes mais jovens a aprender sobre suas terras ancestrais ao encená-las em novas formas narrativas. Esta apresentação discute a relação entre o lado social e financeiro do feitio de nossos filmes e instalações de arte. Mais do que algo falho, como podemos encarar essa superfície como a verdade da recusa contemporânea do KFC em se deixar capturar pelo maquinário de reconhecimento do estado e da indústria da arte mesmo quando somos bem-vindos para repensar a nós mesmos à luz de nossos mundos e do nosso trabalho?

14h-16h

CANDICE HOPKINS | Rumo a uma prática decolonial de escuta
“Nós não temos pálpebras nas orelhas. Somos condenados a ouvir.” Estas são as frases que abrem o ensaio “Open Ears” [Orelhas abertas] do compositor R. Murray Schafer. Ao passo que não podemos tapar nossas orelhas, isso não significa que escutamos tudo o que é dito, algo que é particularmente verdade para aqueles cujas orelhas parecem passar mais tempo fechadas do que abertas. Como podemos nos ajustar para captar frequências diferentes, sentir o que reverbera, ouvir aquilo que soa nas margens? Hopkins olha para as interseções entre som e protesto no ativismo e na arte indígena rumo àquilo que pode ser considerado como uma prática decolonial de escuta.

ESTHER GABARA | Arte como ficção: conceitos ameríndios para a teoria visual
Esta apresentação apresenta a metodologia de um livro em andamento, em que a pesquisa de linhagens dominantes na arte contemporânea das Américas me levou ao pensamento ameríndio como fonte de respostas a perguntas teóricas que a bibliografia crítica de arte não era capaz de solucionar. Neste projeto, busco articular uma teoria da ficção própria às artes visuais contemporâneas, durante o período em que experimentos neoliberais de cunho econômico, político e social vinham sendo executados no continente americano (da década de 1960 até os anos 2000). Ainda que a ficção seja uma palavra comumente utilizada para descrever as práticas diversas das artes visuais contemporâneas, ela ainda não recebeu uma articulação ampliada de sua distinção da narrativa de ficção. O pensamento indígena dos Andes, da Mesoamérica e da Amazônia oferecem conceitos essenciais para entender essas formas do que chamo de “ficção não literária”. Essa metodologia de articulação da teoria da arte encara o desafio lançado por Eduardo Viveiros de Castro para a antropologia, de “tomar ideias indígenas como conceitos e arcar com as consequências de tal decisão”.
 
SUELY ROLNIK | Descolonizar a pulsão criadora
A base micropolítica do regime colonial-capitalístico é o abuso das forças vitais da biosfera. No humano, tal abuso atinge hoje a pulsão em seu próprio nascedouro, desviando-a de seu destino ético: potência de criação de outros modos de existência e seus sentidos, toda vez que a vida sente-se sufocada nas formas do presente. Em tal desvio, o exercício da “criação” de novos mundos (exigido pela vida para sua perseveração) esteriliza-se, passando a reduzir-se ao exercício da “criatividade” (dissociado da vida) que desenha novos cenários para a acumulação de capital e o estímulo à voracidade de consumo. Diante desse quadro, não basta intervir na esfera macropolítica da distribuição de direitos e bens, é preciso intervir igualmente na esfera micropolítica: descolonizar o inconsciente estruturado no abuso, de modo a retomar nas mãos o destino da vida em sua essência de força transfiguradora. Nesta esfera, as fronteiras entre arte, clínica e política tornam-se indiscerníveis.

Conferência
16h30-17h30


BAMBI CEUPPENS | Descolonizando um monumento colonial
O Royal Museum for Central Africa foi criado pelo Rei Leopoldo II com o dinheiro que ganhou no Congo. Foi inaugurado em 1910. Sua última grande reforma ocorreu em 1958, dois anos antes da independência congolesa. O museu costumava ser chamado de último museu colonial do mundo. Embora não seja verdade que ele não tenha passado por mudanças desde 1958, é fato que, até seu fechamento para uma grande reforma em 2013, a exposição permanente mantinha uma perspectiva colonial da África e dos africanos, além de ignorar amplamente o passado colonial que os havia criado e moldado. Esta apresentação lidará com os principais desafios envolvidos na descolonização desse monumento colonial, fazendo referência particularmente à colaboração com integrantes de “comunidades receptoras” que são os proprietários morais, se não legais, dessas coleções.

PARTICIPANTES

BAMBI CEUPPENS
Doutora em Antropologia Social. É pesquisadora sênior no Royal Museum for Central Africa (RMCA), professora convidada de Antropologia da Arte na Ghent School of the Arts e professora visitante de Arte Não-Ocidental na Sint Lucas School of the Arts na Antuérpia. Sua pesquisa é focada em arte congolesa, passado colonial e legado cultural do Congo Belga, congoleses na Bélgica, representações da África e dos africanos em museus, descolonização de antigos museus coloniais e autoctonia. Foi curadora da exposição Indépendance! Congolese Tell their Stories of Fifty Years of Independence (RMCA, 2010). É uma das duas curadoras-chefe da nova exposição permanente do RMCA e curadora da galeria sobre presença africana na Bélgica, história pós-colonial e representações da África e dos africanos.

CANDICE HOPKINS
Curadora sênior da Bienal de Arte de Toronto e cocuradora da SITE Bienal de Santa Fé, Casa Tomada. Participou da equipe curatorial da documenta 14 em Atenas e Kassel, e foi cocuradora de exposições como Sakahàn: International Indigenous Art, Close Encounters: The Next 500 Years, e da bienal SITElines de 2014, Unsettled Landscapes, em Santa Fé, Novo México. Seus textos integram várias publicações e seus ensaios e apresentações mais recentes incluem “Outlawed Social Life”, para a South as a State of Mind. É cidadã da Carcross/Tagish First Nation.

ELIZABETH A. POVINELLI
Antropóloga e cineasta. É professora Franz Boas de Antropologia na Columbia University, em Nova York, e uma das fundadoras do Karrabing Film Collective. Suas publicações recentes incluem Geontologies: A Requiem to Late Liberalism (2016). Povinelli vive e trabalha entre Nova York e Darwin.

ESTEFANÍA PEÑAFIEL LOAIZA 
Estefanía Peñafiel Loaiza nasceu em Quito, no Equador, e desde 2002 vive e trabalha em Paris. Sua prática artística encontra motivação constante em questões relacionadas a seus próprios deslocamentos e mudanças entre seu país de origem e aquele onde se encontra estabelecida no momento. Essa situação levou-a a explorar, num espectro mais amplo, noções como territórios, migrações, fronteiras, memória e história, visibilidade e invisibilidade. Trabalha com diferentes linguagens e mídias, como instalações, vídeo, fotografia e ações.

ESTHER GABARA
Professora associada E. Blake Byrne de Estudos Românicos e de Arte, História da Arte e Estudos Visuais na Duke University. Especialista em literatura e cultura visual moderna e contemporânea da América Latina, foi curadora docente convidada da exposição itinerante Pop América, 1965-1975 (Nasher Museum, Duke/McNay Art Museum, 2018/19). É autora de Errant Modernism: The Ethos of Photography in Mexico and Brazil (Duke University Press, 2008), além de diversos artigos acadêmicos e catálogos de exposições, como La Raza (Autry Museum of the American West, 2017), Revolution and Ritual: The Photographs of Sara Castrejón, Graciela Iturbide, and Tatiana Parcero (Ruth Chandler Williamson Gallery at Scripps College, 2017), e Estudios de cultura visual en América Latina (IIE/UNAM, México, 2018). 

JULIETA GONZÁLEZ
Diretora artística do Museo Jumex na Cidade do México. Já ocupou cargos curatoriais no Museu de Arte de São Paulo, Museo Tamayo na Cidade do México, Bronx Museum, Tate Modern, Museo de Bellas Artes de Caracas e Museo Alejandro Otero. Organizou mais de 60 exposições em todo o mundo, entre as quais constam Memorias del subdesarrollo (MCASD, Museo Jumex, MALI); Juan Downey: A Communications Utopia (Museo Tamayo, Cidade do México), além de participar como cocuradora ou curadora convidada de exposições internacionais como a Bienal de Lyon (2007), Insite San Diego/Tijuana (2005) e Bienal de Praga (2003). É mestre em Estudos Culturais e Teoria Crítica pela Goldsmiths, em Londres.

LEWIS R. GORDON
Filósofo e músico. Professor de Filosofia com afiliação em Estudos Judaicos, Estudos Caribenhos e Latino-americanos, Estudos Asiáticos e Asiático-Americanos e Estudos Internacionais na UCONN-Storrs. Seus diversos livros publicados incluem Bad Faith and Antiblack Racism (Humanities Press, 1995), Her Majesty’s Other Children (Rowman & Littlefield, 1997), Existentia Africana (Routledge, 2000), Disciplinary Decadence (Routledge, 2006), An Introduction to Africana Philosophy (Cambridge University Press, 2008) e, mais recentemente, What Fanon Said: A Philosophical Introduction to His Life and Thought (Fordham University Press, 2015) e Geopolitics and Decolonization: Perspectives from the Global South (Rowman & Littlefield International, 2018), junto com Fernanda Frizzo Bragato.

LUCIANA BALLESTRIN
Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2003), Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2006) e Doutora em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (2010), tendo realizado Estágio Doutoral na Universidade de Coimbra (2008). Atualmente, é Professora Adjunta de Ciência Política do Curso de Relações Internacionais e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal de Pelotas. Atua e investiga na área de Teoria Política Contemporânea, especialmente sobre Democracia, Violência e Pós-colonialismo.

NELSON MALDONADO-TORRES
Professor de Estudos Latinos e Caribenhos e de Literatura Comparada na Rutgers University, em New Brunswick. Suas publicações incluem Against War: Views from the Underside of Modernity (Duke University Press, 2008) e a coletânea de ensaios La descolonización y el giro decolonial, compilada pela Universidad de la Tierra (Chiapas, México) em 2011. Ele também foi editor convidado de edições especiais sobre “mapeamento do giro decolonial” para o periódico Transmodernity. Trabalha atualmente na edição de uma antologia de feminismos decoloniais latino-americanos junto com Yuderkys Espinoza e María Lugones, e no projeto de outros dois livros: Theorizing the Decolonial Turn e Fanonian Meditations.

ROLANDO VÁZQUEZ
Leciona sociologia na University College Roosevelt e é afiliado aos departamentos de Estudos de Gênero e ao ICON (Instituto de Pesquisa Cultural) da University of Utrecht. Foi curador do workshop “Staging the End of the Contemporary” [Encenando o fim do contemporâneo] para o MaerzMusik no Berliner Festspiele. Com Walter Mignolo, coordena desde 2019 o Middelburg Decolonial Summer School. Juntos, são coautores do artigo “Decolonial Aesthesis: Colonial Wounds/Decolonial Healings”. Seu trabalho busca transgredir o domínio da contemporaneidade, heteronormatividade e modernidade/colonialidade. Através dos temas de precedência e temporalidades relacionais, visa contribuir com instituições, epistemologia, estética e subjetividade decolonizadoras.
 
SHEENA WAGSTAFF
Chefia os trabalhos do Metropolitan Museum of Art em arte moderna e contemporânea. Wagstaff deu início e dirige o programa internacional de exposições The Met Breuer, além de ser responsável por construir e expandir a coleção com um viés cultural e geográfico, trabalhando junto com uma equipe de curadores com expertise transcultural em arte dos séculos XX e XXI. Antes do Met, Wagstaff foi curadora chefe da Tate Modern e também ocupou outros cargos na Tate Britain, no Frick Art Museum em Pittsburgh, na Whitechapel Art Gallery em Londres, e no Museum of Modern Art em Oxford.

SHELA SHEIKH 
Professora na Goldsmiths, University of London, onde trabalha no mestrado em Cultura Pós-Colonial e Política Global e codirige a vertente de pesquisa em Ecologias Críticas. Atualmente, realiza um projeto de pesquisa multiplataforma sobre colonialismo, botânica e políticas de plantio. Como parte disso, foi coeditora de “The Wretched Earth: Botanical Conflicts and Artistic Interventions” (edição especial da Third Text, 2018), junto com Ros Gray; e de Theatrum Botanicum (Sternberg Press, 2018), com Uriel Orlow.

SUELY ROLNIK
Psicanalista, crítica dos regimes de produção de cultura e de subjetividade e professora titular da PUC-SP. Autora, entre outros livros, de Esferas da insurreição (N-1, 2018), Anthropophagie Zombie (Black Jack, 2012), Archivmanie (Documenta 13, 2011); e co-autora com Félix Guattari de Micropolítica. Cartografias do desejo (Vozes, 1986). Realizadora do Arquivo para uma Obra-Acontecimento (65 filmes de entrevistas em torno de Lygia Clark; 2002-2011). Co-curadora com Corinne Diserens da exposição Lygia Clark, do objeto ao acontecimento (Musée de Beaux-arts de Nantes, 2005, e Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2006). 

YAIZA HERNÁNDEZ VELÁZQUEZ
Professora na Central Saint Martins-University of the Arts London, onde é responsável pelo mestrado de pesquisa em arte “Estudos de Exposições” em colaboração com o Afterall. Sua pesquisa se concentra, num sentido amplo, em instituições de arte como locais de relevância política e filosófica e na maneira em que a “teoria” tanto informou quanto restringiu esses esforços políticos. Suas publicações recentes incluem “Imagining Curatorial Practice after 1972” em Curating after the Global (Bard College-MIT Press, 2018), “A constituent education” em The Constituent Museum (Valiz-L’Internationale, 2018) e “El arte de la institución” em Cohabitar Entre- (Ajuntament de Barcelona, 2017).

Vídeos