MASP

Claude Monet

A canoa sobre o Epte, Circa 1890

  • Autor:
    Claude Monet
  • Dados biográficos:
    Paris, França, 1840-Giverny, França ,1926
  • Título:
    A canoa sobre o Epte
  • Data da obra:
    Circa 1890
  • Técnica:
    Óleo sobre tela
  • Dimensões:
    133,5 x 146 x 3 cm
  • Aquisição:
    Compra, 1953
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    MASP.00092
  • Créditos da fotografia:
    João Musa

TEXTOS



Monet iniciou os estudos de paisagens marinhas sob influência de Eugène Boudin (1824‑1898). Em seguida, aproximou‑se de um grupo de jovens artistas entusiasmados com a pintura da Escola de Barbizon, de Édouard Manet (1832‑1883) e de Gustave Courbet (1819‑1877). Nas paisagens pintadas na década de 1860, Monet iniciou suas experimentações na representação dos reflexos da luz na água, que levaram à formulação de uma nova relação entre pintura e natureza, da qual derivou o impressionismo. Foi justamente um quadro de Monet, Impressão, nascer do sol (1872), exposto na primeira mostra do grupo, em 1874, que deu origem ao nome do movimento. A canoa sobre o Epte mostra seu interesse pelos efeitos da luz na superfície da água. A grossa camada de tinta é composta por cores puras que, vistas de longe, se misturam. A proximidade da correnteza, ocupando toda a parte inferior do quadro, indica que Monet buscava tanto os efeitos do reflexo das plantas como da profundeza do rio. O desfoque nas personagens e o enquadramento da canoa, cortada pelo limite da tela, lembram a linguagem da fotografia, influência decisiva para o pintor. O corte da cena remete também a gravuras japonesas que circulavam na França naquela época.

— Equipe curatorial MASP, 2015

Fonte: Adriano Pedrosa (org.), MASP de bolso, São Paulo: MASP, 2020.





Entre 1887 e 1890, Monet empenha-se em retratar a canoa sobre o rio Epte que banha sua propriedade em Giverny. Para a série de quadros nascidos desta experiência, posam as irmãs Suzanne e Blanche Hoschedé, cujo pai, já então falecido, fora o banqueiro Ernest Hoschedé, mecenas e colecionador do artista, e cuja mãe, Alice, tornar-se-ia a segunda esposa de Monet. Dessa série de obras, iniciada com La Barque Rose (localização ignorada), devem ser citadas também as telas Barque à Giverny (Musée d’Orsay) e En Barque (Tóquio, Museu Nacional de Arte Ocidental). O quadro do Masp, de que se conhece também um estudo preparatório, é comentado pelo próprio artista em uma carta ao crítico e amigo Geffroy, de 22 de junho de 1890: “Estou novamente às voltas com coisas impossíveis de se fazer: a água com a vegetação ondulante no fundo”. De fato, uma das características mais singulares dessa pintura – A Canoa sobre o Epte – no contexto da obra de Monet é a proximidade da água, que assume na parte de baixo da composição uma realidade quase táctil, como se o pintor não desejasse, por uma vez, pintar os reflexos luminosos da superfície, mas a profundidade. Embora pertencente a uma série, o quadro do Masp é, no que respeita a este particular, um caso único. Monet anuncia aqui a materialidade e é necessário lembrar que esta nova dimensão visual da água só voltará a ser obtida mais de trinta anos depois, isto é, nos quadros dos anos 1918-1924. A amizade com o fotógrafo Nadar e o genuíno interesse de Monet pela fotografia explicam o corte compositivo, assim como o efeito de perda de foco nas irmãs Hoschedé, produzido pelo movimento das águas e da barca (Camesasca). Além disso, uma fonte possível da composição do Masp, como já foi detectado, é a gravura de Harunobu, intitulada Mulher Colhendo Flores de Lótus.

— Autoria desconhecida, 1998

Fonte: Luiz Marques (org.), Catálogo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo: MASP, 1998. (reedição, 2008).



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