Aula 1 – 8.9.2025 | América Latina: território comum?
O curso começa com uma reflexão sobre as tensões entre identidade, colonialidade e projetos de emancipação coletiva na América Latina, abrindo caminho para um dos exemplos mais emblemáticos de articulação entre Estado, arte e transformação social: o muralismo mexicano.
Estudos de caso: Diego Rivera, David Alfaro Siqueiros, José Clemente Orozco, Edmund O’Gorman.
Aula 2 – 15.9.2025 | Vanguarda e desejo de revolução
Analisaremos práticas artísticas que se alinharam a projetos políticos transformadores e refletiremos sobre como a Revolução Cubana influenciou o imaginário estético da esquerda latino-americana.
Estudos de caso: Cláudio Tozzi (Brasil), Luis Felipe Noé (Argentina), René Mederos (Cuba).
Aula 3 – Arte e Revolução no Chile (1970-1973)
Conferência com Luiza Mader Paladino
O exílio político de Mário Pedrosa no Chile, durante o governo de Salvador Allende (1970-1973), será o ponto de partida desta aula. Apresentaremos as principais iniciativas políticas, editoriais e expositivas da Unidade Popular à luz da fortuna crítica de Pedrosa, buscando avaliar a contribuição do autor para o programa cultural que respaldou a via chilena ao socialismo. Por fim, refletiremos como a retórica terceiro-mundista se fundiu ao conceito de solidariedade internacional no transcurso revolucionário.
Estudos de Caso: Museo de la Solidaridad, Tren Popular de la Cultura, COCEMA, Instituto de Arte Latinoamericano, Nosotros los chilenos, Quimantú.
Aula 4 – 29.9.2025 | 1968: a rua é política, o corpo é político
A partir das revoltas de 1968, observamos uma inflexão radical no gesto artístico. Performances, panfletagem visual, arte postal e ocupações passam a operar como táticas de insubordinação e reapropriação do espaço público.
Estudos de caso: Grupos de vanguarda no México de 1968, Acción de Arte en la Calle (Colômbia), Roberto Jacoby (Argentina).
Luise Malmaceda é pesquisadora e curadora, doutoranda em Culturas Latino-Americanas e Ibéricas na Columbia University (EUA), onde também atua como docente na área de estudos brasileiros. Sua pesquisa cruza os campos da cultura visual, teoria crítica e estudos da memória, com foco em práticas artísticas e arquivísticas insurgentes na América Latina desde os anos 1960. Foi pesquisadora visitante na Universidade do Chile (2024) e na Universidade de Buenos Aires (2025), onde integra o Grupo de Estudos em Arte, Cultura e Política na Argentina Recente. No segundo semestre de 2025, será pesquisadora no CeDInCI, em Buenos Aires. No Brasil, colaborou como pesquisadora, educadora e curadora em instituições como MAC-USP, Fundação Iberê Camargo e Instituto Tomie Ohtake, onde foi curadora associada entre 2016 e 2020. É coautora do livro AI-5 50 anos: ainda não terminou de acabar (2019), vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Artes/Ensaios.