Para ensaiar uma narrativa alternativa da história do cinema moderno brasileiro, em especial aquela voltada para o cinema novo e marginal, a palestra de Patrícia Mourão de Andrade terá como fio condutor a trajetória da atriz Helena Ignez. Sua estreia no cinema coincide com a de Glauber Rocha e, nos anos 1960, ela protagoniza alguns clássicos do cinema novo. No final da década, ela aproxima-se de uma geração mais nova e, ao lado de Júlio Bressane e Rogério Sganzerla, participa ativamente da gestação e criação do que ficou conhecido como cinema marginal, um cinema anárquico, iconoclasta, mais próximo da contracultura urbana e da verve tropicalista de então. Sem negar as rixas históricas e evidentes diferenças entre os dois movimentos, pretende-se pensar aqui o cinema marginal como a radicalização da estética da fome, proposta por Glauber em 1963, e a atuação de Ignez como a encarnação e expressão mais visceral daquele projeto estético.
A palestra será transmitida no
canal do MASP no Youtube.